segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Injeções... NÃO!!!


Dia de vacinação. Não, não se trata de nenhuma campanha, apesar do Brasil estar investindo contra a rubéola. A verdade é que a Lawrence University pediu-me determinadas vacinas, e tive que partir rumo à aventura das injeções.

"Você tem problemas com injeções?" - perguntou-me um amigo, e a única coisa que pude dizer foi "Não lembro!". Mas a verdade é que mesmo não sendo exatamente covarde, não me agradava nem um pouco a idéia de ter que tomar uma série de furos num dia só.

Levantei-me cedo, e ainda lembrava dos votos de "boa sorte!" dos amigos da Jamaica e Estados Unidos. A leve indisposição não estava ajudando muito, acho que era a garganta, mas me senti um pouco febril, ligeiramente fraca... (será que era o vírus do 'primeiro dia de aula' atacando fora de época?!).

Ambulatório lotado. Quando chegou a minha vez deparei-me com um grupo de estudantes de Medicina. "Rubéola, né?" - perguntou uma enfermeira à outra. Arregalei os olhos e gritei mentalmente "NÃO!!!". Alguém socorreu-me: "Não... febre amarela...". Lembrei-me imediatamente desses casos em que o paciente entra para fazer uma cirurgia de apendicite e acorda após uma troca de sexo. Espantei os pensamentos para longe, dando uma última espiada na minha mãe, parada junto à porta. Ela sorriu diante do meu desespero.

Vi a temida agulha! "Você deve pensar numa música, comece a cantar... Isso terá terminado antes que você acabe a primeira estrofe..." - e lá estava a enfermeira, tratando uma moça de vinte anos como se estivesse diante de uma menina de oito
. Um pirralhinho distraiu-me; gabando-se, ele adentrou a sala com um pedaço de algodão no braço: "Não doeu nada. Quero outra!". Fuzilei-o com os olhos "De onde você saiu?!", pensei - e antes que pudesse fazer qualquer coisa, o queimor no braço direito trouxe-me de volta à realidade. Um médico estava sorrindo ao meu lado ainda por conta do corajoso menino. "Humilhou-me...", suspirei.

"Doeu?", perguntou a minha mãe. "Não...". Saimos da sala, e já no corredor de saída do ambulatório revelei a verdade "Doeu sim!!!", e fiz uma careta.

- Mas você disse que não havia doído... - surpreendeu-se a minha risonha mãe.

- E você acha que eu iria dizer o contrário?!

Rumamos para outro ambulatório. Outras injeções! A médica carimbava o meu cartão enquanto perguntava o que eu iria fazer nos Estados Unidos. "Corajosa!", disse em determinado momento. Pensei na dor que me aguardava, essas deveriam ser péssimas. "P-por quê?" - gaguejei.

- Ah... ir assim para outro país, né...? - disse a sonhadora médica.

- AH! Sim, sim... - sorri debilmente.

Mais injeções, mais caretas, e chumaços de algodão. "Você pode ter algum efeito colateral. Como febre ou dor. Poderá se medicar normalmente", explicaram-me. Saí com a sensação de que os bebês sofrem um bocado!

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