domingo, 24 de agosto de 2008

Hello..?


Internacional... de acordo com o Aurélio: "Relativo à relação entre nações". Ontem, então, totalmente fiel ao quê denotativo da experiência: Fui uma aluna internacional!

Primeiro há todos esses sites de relacionamento que não deixam as 'almas solitárias' ficarem sozinhas por mais tempo; depois, a maravilha do mensageiro instantâneo, como diria o meu amigo Airton. Sem falar no telefone, que pode ser perfeitamente
substituído por outros mecanismos digitais, ouso dizer - mas que, na verdade, continuam sendo telefones.

Graças a tudo isso esse período de transição está sendo mais tranqüilo. Ou melhor... a ansiedade está mais comedida, já que posso perfeitamente começar a conhecer os meus futuros colegas Lawrentians. Um exemplo disso é a Gis! Quero dizer... Gis'elle Jones, da Jamaica.

Você já ouviu falar em amizade à primeira vista? Pois foi o que aconteceu. Não somos exatamente iguais mas, no fundo, até que somos parecidas - somos duas garotas saindo dos nossos países, e rumando para uma faculdade no meio (na verdade mais para o norte) de Wisconsin, EUA. E esquecendo um pouco o fato de que somos alunas internacionais, há a forte semelhança entre o Brasil e a Jamaica - pelo menos no que se trata do calor, da alegria, e força de vontade (sem estereótipos, claro); então, por já considerar o país dela como uma espécie de primo do meu, a identificação foi imediata.


Hoje aconteceu, para a minha alegria, algo bastante inusitado: Recebi uma ligação direto de uma ilha caribenha! A Gis telefonou-me da já para mim querida Jamaica, e num sotaque até familiar (por alguma razão) ouvi a que - tenho uma forte sensação - será uma grande amiga dos dias na Lawrence University, e depois dela.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Injeções... NÃO!!!


Dia de vacinação. Não, não se trata de nenhuma campanha, apesar do Brasil estar investindo contra a rubéola. A verdade é que a Lawrence University pediu-me determinadas vacinas, e tive que partir rumo à aventura das injeções.

"Você tem problemas com injeções?" - perguntou-me um amigo, e a única coisa que pude dizer foi "Não lembro!". Mas a verdade é que mesmo não sendo exatamente covarde, não me agradava nem um pouco a idéia de ter que tomar uma série de furos num dia só.

Levantei-me cedo, e ainda lembrava dos votos de "boa sorte!" dos amigos da Jamaica e Estados Unidos. A leve indisposição não estava ajudando muito, acho que era a garganta, mas me senti um pouco febril, ligeiramente fraca... (será que era o vírus do 'primeiro dia de aula' atacando fora de época?!).

Ambulatório lotado. Quando chegou a minha vez deparei-me com um grupo de estudantes de Medicina. "Rubéola, né?" - perguntou uma enfermeira à outra. Arregalei os olhos e gritei mentalmente "NÃO!!!". Alguém socorreu-me: "Não... febre amarela...". Lembrei-me imediatamente desses casos em que o paciente entra para fazer uma cirurgia de apendicite e acorda após uma troca de sexo. Espantei os pensamentos para longe, dando uma última espiada na minha mãe, parada junto à porta. Ela sorriu diante do meu desespero.

Vi a temida agulha! "Você deve pensar numa música, comece a cantar... Isso terá terminado antes que você acabe a primeira estrofe..." - e lá estava a enfermeira, tratando uma moça de vinte anos como se estivesse diante de uma menina de oito
. Um pirralhinho distraiu-me; gabando-se, ele adentrou a sala com um pedaço de algodão no braço: "Não doeu nada. Quero outra!". Fuzilei-o com os olhos "De onde você saiu?!", pensei - e antes que pudesse fazer qualquer coisa, o queimor no braço direito trouxe-me de volta à realidade. Um médico estava sorrindo ao meu lado ainda por conta do corajoso menino. "Humilhou-me...", suspirei.

"Doeu?", perguntou a minha mãe. "Não...". Saimos da sala, e já no corredor de saída do ambulatório revelei a verdade "Doeu sim!!!", e fiz uma careta.

- Mas você disse que não havia doído... - surpreendeu-se a minha risonha mãe.

- E você acha que eu iria dizer o contrário?!

Rumamos para outro ambulatório. Outras injeções! A médica carimbava o meu cartão enquanto perguntava o que eu iria fazer nos Estados Unidos. "Corajosa!", disse em determinado momento. Pensei na dor que me aguardava, essas deveriam ser péssimas. "P-por quê?" - gaguejei.

- Ah... ir assim para outro país, né...? - disse a sonhadora médica.

- AH! Sim, sim... - sorri debilmente.

Mais injeções, mais caretas, e chumaços de algodão. "Você pode ter algum efeito colateral. Como febre ou dor. Poderá se medicar normalmente", explicaram-me. Saí com a sensação de que os bebês sofrem um bocado!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Planejando Viagens


Obviamente há a viagem principal com a qual ainda preciso me preocupar -- que é, claro, a ida para Appleton - WI. Ainda não faço idéia de qual será o dia da minha chegada, apenas trago em mente o fato de que preciso estar na Lawrence University no dia 13 ou 14 de setembro [datas de chegada dos alunos internacionais].

Estive pensando, todavia, em aventuras extras. Preciso planejar as minhas idas a Madison, e também a Washington D.C. . Estarei nesses lugares tanto quanto sei que estarei em Appleton. Há pessoas especiais as quais preciso visitar, também, em Charlotte - N.C. .

Após uma breve pesquisa, com a ajuda de experiente brasileiro -- outro Lawrentian -- descobri que viajar de ônibus tem muitas vantagens. É mais barato, sim (e isso, após adentrar o mundo capitalista, tornou-se incrivelmente importante para mim); e também há a alegria de poder conhecer outras cidades americanas, algumas menores e outras mais conhecidas: Como Cleveland - OH (e eu tenho certeza de que tudo lá me lembrará os Jovens Embaixadores).

Ainda não tenho certeza se estarei viajando de ônibus, em breve -- mas a verdade é que me encantou bastante a expectativa de observar o interior dos EUA, minha futura casa pelos próximos (pelo menos) quatro anos. Há muito o que ver, e absorver cada aspecto cultural.

É engraçado ser uma aluna internacional. Sinto-me como uma personagem desses livros mitológicos que costumo ler, e que tanto me impressionam. É quase como ganhar a passagem de ida para um mundo novo, para uma realidade diferente da minha -- com pessoas nascidas em povos diferentes, e dotadas de corações que batem por causas diversas (mas que, afinal de contas, são apenas corações -- iguais aos de todos).
Agora falta bem pouco...